10 de setembro de 2010

Arquivo Público traz exposição sobre a Revolução de 1924 na internet

Arquivo Público traz exposição sobre a Revolução de 1924 na internet

Apesar dos estragos que causou na capital paulista, este episódio da história de SP ainda é pouco conhecido pela população.

São Paulo, 8 de setembro de 2010 – Para os estudantes, o 2º semestre é marcado pela intensificação dos estudos para os sempre concorridos vestibulares e o ENEM. Em História, o “Movimento Tenentista” é um assunto freqüentemente lembrado nas provas. Porém um episódio ainda pouco conhecido pela população pode ajudar os estudantes a entender um pouco mais esse conturbado momento da história brasileira: A Revolução de 1924.

Para isso, o Arquivo Público do Estado de São Paulo desenvolveu uma exposição virtual que revela um pouco mais sobre este evento marcante na história brasileira. O Arquivo Público possui conjuntos documentais de processos criminais instaurados após a Revolução de 1924 e cartas dos líderes deste movimento, além de jornais e revistas da época, que serviram de base para essa exposição. A Revolução de 1924 é contada em 9 “salas” rica em textos e ilustrações (http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_revolucao/)

O Brasil do início do século XX é marcado por um período de crise econômica, motivada pela queda das exportações causadas pela Primeira Guerra Mundial, e uma crise política gerada pela insatisfação de alguns grupos com a chamada política café com leite. Esse cenário faz eclodir uma série de levantes contra o regime no Rio de Janeiro, em 1922; em São Paulo, em 1924 e seguem até o final dos anos 1920 com a Coluna Prestes no interior do Brasil.

Os “revolucionários” de 1924 eram em sua maioria tenentes e capitães do setor intermediário das Forças Armadas. O conflito propriamente dito aconteceu entre os dias 5 e 28 de julho e é considerado o mais violento já ocorrido na cidade de São Paulo. Essa data foi escolhida para fazer referência a outro movimento tenentista: Revolta do Forte de Copacabana, conflito armado entre o Governo Federal, representado pela figura do Presidente da República e parte das Forças Armadas, no dia 5 de julho de 1922.

A cidade de São Paulo foi escolhida como marco inicial pelos militares para começar uma Revolução que deveria tomar o Brasil. O plano dos “revolucionários” era controlar a cidade, bloquear ferrovias, telefones e telégrafos, impedindo o Governo Federal de reagir. Entre as trágicas conseqüências deste conflito estão as mais de mil vítimas fatais e 4 mil feridos, além da destruição de bairros como Brás, Mooca, Cambuci, Belenzinho e Ipiranga, os mais atingidos. No dia 28 de julho as tropas rebeldes saem de São Paulo e a cidade tenta se recuperar os estragos.

Apesar de derrotados, os “revolucionários” não deixaram de influenciar outros movimentos da época. Parte das tropas rebeldes se juntaria à Coluna Prestes, vinda do Sul, para formar a Coluna Miguel Costa-Luis Carlos Prestes, que denuncia problemas sociais e políticos do Brasil. A Revolução de 1924 não teve o apoio dos conservadores, tampouco foi planejada pela elite paulista, como ocorreria na Revolução de 1932, o que explica o esquecimento desse episódio da história de São Paulo.

Revolução de 1924 na sala de aula
A exposição é um recurso pedagógico que também pode ser aproveitado pelo professor, já que possibilita discutir com os seus alunos documentos produzidos na época dos acontecimentos. Além destes documentos e textos explicativos, professores e alunos ainda têm acesso a 11 atividades pedagógicas para trabalho em sala de aula, preparadas de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para as séries do ensino fundamental.

O Núcleo de Ação Educativa foi o responsável por pesquisar fontes bibliográficas e documentais para montar a exposição virtual, além de criar as atividades pedagógicas. Foram aproximadamente 4 meses de preparação até a exposição ir ao ar. Completam a exposição uma listagem com referência a outros documentos que tratam o tema, indicações de leitura e links interessantes sobre o período.

 

Sobre o Arquivo Público do Estado de São Paulo
O Arquivo Público do Estado de São Paulo é um dos maiores arquivos públicos brasileiros. Vinculado à Casa Civil do Estado de São Paulo, sua função é formular uma política estadual de arquivos e recolher, tratar e disponibilizar ao público toda documentação de caráter histórico produzido pelo Poder Executivo Paulista. A instituição mantém sob sua guarda aproximadamente 6 mil metros lineares de documentação textual permanente, 17 mil metros de documentação intermediária, 900m de material iconográfico, grande quantidade de jornais e revistas e uma biblioteca de apoio à pesquisa com 45 mil volumes.

Atenciosamente,

Verônica Cristo / Patricia Carvalho
Núcleo de Comunicação do Arquivo Público do Estado de São Paulo
(11) 2089-8100

2 comentários:

Unknown disse...

Obrigada pela linda matéria. Iniciando no curso de Arquivologia, sinto prazer e alegria em realmente sentir que estou no lugar certo.
Muito obrigada!

Rachel Araujo
rachelaraujo12@gmail.com

Elaine Maciel disse...

Eu que agradeço por você acompanhar o blog Rachel! Muito obrigada e sucesso!